O Trem Azul

Reflexões e memórias na jornada de “O Trem Azul”

A música “O Trem Azul”, de Lô Borges, destaca-se pela ambiguidade do título, que vai além de uma simples referência a um trem. Em Minas Gerais, "trem" é uma gíria para "qualquer coisa", o que amplia o significado da canção. Além disso, a inspiração veio de uma experiência pessoal do letrista Ronaldo Bastos, que escreveu a letra após uma viagem de trem entre Amsterdã e Paris. Essa multiplicidade de sentidos aparece nos versos que abordam sentimentos e pensamentos não expressos, como em “coisas que a gente se esquece de dizer” e “frases que o vento vem às vezes me lembrar”. O vento, nesse contexto, representa o tempo e a memória, trazendo de volta lembranças e palavras não ditas, e convidando à reflexão sobre o que deixamos passar na vida.

O "trem azul" pode ser interpretado como uma metáfora para uma jornada interior ou para o próprio fluxo da vida, em que experiências e lembranças seguem viagem mesmo sem serem verbalizadas. O verso “você pega o trem azul, o Sol na cabeça” reforça a ideia de movimento e liberdade, com o Sol simbolizando energia, vitalidade e otimismo diante do desconhecido. A repetição de “um Sol na cabeça” sugere leveza e contemplação, acompanhando a atmosfera musical da canção, que mistura pop, rock e MPB. Assim, “O Trem Azul” celebra as pequenas coisas não ditas e as viagens – reais ou imaginárias – que todos vivenciam ao longo da vida.