ur an absolute c word (interlude)

Vulnerabilidade e autenticidade em “ur an absolute c word (interlude)”

O título provocativo de “ur an absolute c word (interlude)”, de Lola Young, já indica a intenção de desafiar tabus e expor sentimentos sem censura. A escolha de uma expressão britânica forte reforça a autenticidade da artista ao abordar temas como solidão, dor e a busca por sentido. Logo no início, ao dizer “To feel is to be open / And that everyone is broken” (Sentir é estar aberto / E todo mundo está quebrado), Lola reconhece a fragilidade humana como algo universal, criando uma conexão direta com o ouvinte.

A letra traz experiências pessoais marcantes, como a referência ao pai: “told me that he must go away, chase a high / Protect his own dream” (me disse que precisava ir embora, buscar uma emoção / Proteger o próprio sonho), sugerindo abandono e a sensação de invisibilidade na adolescência. Esse episódio ilustra a perda de confiança e funciona como metáfora para a dificuldade de se sentir visto e acolhido. A oscilação entre alívio e dor aparece em versos como “I love to feel, but I don't wanna die / I'm lonely and I'm hurtin' and sometimes I feel alive” (Eu amo sentir, mas não quero morrer / Estou sozinha e sofrendo, e às vezes me sinto viva), mostrando a luta interna entre o desejo de sentir e o medo das consequências emocionais. O tom confessional e sincero, presente até nos comentários finais autodepreciativos, encerra o álbum com honestidade e reafirma o compromisso de Lola Young com sua verdade artística.