Favela Vive 6 (part. MC Carol, Dexter, Borges, DK47 e Sandra Sá)

Realidade e resistência em "Favela Vive 6" de Lord ADL

Em "Favela Vive 6 (part. MC Carol, DeXter, 8° Anjo, Borges, DK47 e Sandra de Sá)", Lord ADL reúne vozes importantes do rap e da música brasileira para expor, de forma direta, as dificuldades e contradições vividas nas favelas. O verso de Borges — “Favela vive em meio a tantas mortes / Chega a ser irônico, eu falo isso aqui” — destaca a ironia de celebrar a vida em um ambiente marcado por violência e perdas constantes. A faixa funciona como um manifesto coletivo, onde cada artista compartilha sua perspectiva sobre desigualdade, racismo estrutural e resistência, reforçando o papel do rap como ferramenta de denúncia social.

A letra traz relatos contundentes sobre injustiça, como a morte de inocentes (“Como miraram no tráfico e acertaram em Severina”) e a criminalização da juventude negra (“Como posso ter razão com o bico de um fuzil encostado no peito”). MC Carol aborda o machismo e a hipocrisia social a partir de sua vivência, enquanto Dexter fala sobre sua trajetória de sobrevivência e a seletividade do sistema penal. Sandra de Sá amplia o diálogo ao unir gerações e estilos, destacando a importância da cultura como arma de luta: “A arma é a caneta e o escudo papel / Cultura, vida, arte”.

A colaboração entre artistas de diferentes origens reforça que a resistência é coletiva e diversa. O refrão de Sandra de Sá resume a proposta do projeto: valorizar a cultura e a arte como formas de sobrevivência e transformação. Sem romantizar a realidade, a música mostra que, para muitos, a favela "no máximo tem empatado", evidenciando a luta diária por dignidade e justiça nas periferias brasileiras.