Haciendo Memoria (part. Peso Pluma)

Memórias de fuga e resistência em “Haciendo Memoria”

"Haciendo Memoria (part. Peso Pluma)", de Los Plebes Del Rancho de Ariel Camacho, retrata de forma direta o cotidiano perigoso do contrabando, destacando a tensão e a adrenalina de quem vive à margem da lei. A letra mistura lembranças pessoais com relatos de sobrevivência, mostrando que cada fuga bem-sucedida é resultado de sorte e habilidade. Um exemplo marcante é quando o personagem "se forra de lodo pa' más camouflage" (se cobre de lama para se camuflar melhor) e se esconde em um charco para escapar da polícia. O verso "más de cuatrocientos de blanca, agarraron los del uniforme" (mais de quatrocentos de branca, pegaram os de uniforme) revela o envolvimento com o tráfico de cocaína, enquanto "catorce plomazos tenía la troca" (a caminhonete tinha catorze tiros) evidencia o nível de violência enfrentado.

A colaboração com Peso Pluma reforça o peso emocional da música, funcionando também como uma homenagem a Ariel Camacho, cuja influência aparece tanto no estilo musical quanto na abordagem dos temas. Peso Pluma, admirador de Camacho, ajuda a conectar diferentes gerações do gênero. A letra utiliza expressões típicas dos corridos, como "quería hacerme Flash" (queria ser rápido como o super-herói para escapar) e "se peló por el monte" (fugiu pelo mato), transmitindo a urgência e o improviso necessários para sobreviver. No fim, a música não apenas narra uma fuga dramática, mas também celebra a astúcia e a resistência de quem enfrenta o perigo e sobrevive para contar sua história.