Tinta Invisible

A conexão entre autor e leitor em "Tinta Invisible"

A música "Tinta Invisible", de Los Sustos Ocultos de Frankelda, explora como a escrita e a leitura de histórias de terror criam uma ponte entre autor e leitor, permitindo que ambos compartilhem segredos e medos. O verso “Mi tinta los mira / Mis ojos escriben” mostra que Francisca Imelda (Frankelda), personagem central da série, observa e dá vida a criaturas e pesadelos por meio de sua escrita. Esses elementos, porém, permanecem invisíveis para quem não se arrisca a ler suas histórias. O contexto da série, em que Frankelda enfrenta preconceito e encontra abrigo no Reino dos Pesadelos, reforça a ideia de que a literatura de terror serve como espaço de resistência e expressão para pessoas marginalizadas.

A metáfora da "tinta invisible" simboliza tanto o poder criativo da imaginação quanto a sensação de anonimato vivida por autores rejeitados, como Francisca. Quando a canção diz “Al leer se habita lo oculto / Tinta invisible / Que vive sin vivir / Autor que es / Susto” (Ao ler, habita-se o oculto / Tinta invisível / Que vive sem viver / Autor que é / Susto), destaca que o leitor dá vida ao que estava escondido, tornando o próprio autor uma espécie de "susto" – alguém que só existe plenamente quando suas histórias são lidas e temidas. Assim, a música valoriza o terror como forma de dar voz ao que é reprimido e de transformar o medo em arte compartilhada.