Solidão Com Vista Pro Mar

Conflito entre desejo e autonomia em “Solidão Com Vista Pro Mar”

“Solidão Com Vista Pro Mar”, de Lou Garcia, aborda o conflito entre razão e desejo por meio de metáforas ligadas ao sol e à lua. O sol, citado em “Ele tocando minha pele... Me dá o calor o ano todo”, representa o desejo constante e a energia vital. Já a lua aparece em “Ela me chama quando a noite vem... Ela me quer possuir de novo”, simbolizando o mistério, a tentação e a recorrência do desejo. Essa dualidade se reflete no refrão, onde a protagonista oscila entre o “não quero” e o “quero, quero, quero”, mostrando a ambiguidade dos sentimentos e a luta interna entre ceder ou resistir.

O arranjo musical, sensual e contido, acompanha a letra que transita entre a entrega ao prazer e a busca por autonomia emocional. A expressão “solidão com vista pro mar” sugere um isolamento escolhido, que permite contemplação e autoconhecimento, em vez de sofrimento. O trecho “lero, lero, lero” reforça a ideia de um jogo repetitivo e conhecido, indicando maturidade ao optar por não se deixar envolver novamente. Lou Garcia constrói, assim, uma narrativa que valoriza o poder de decisão e o equilíbrio entre o querer e o não querer, mostrando que a solidão pode ser uma escolha consciente diante das tentações.