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Rarefeito

Luamarte

Eu tenho medo de amar
Pois dentre as coisas que eu já inventei
O amor foi sempre passageiro
De um trem que termina no mar

E ainda assim, não aprendi
Pois quando amo, não sei se amo
Quando vivo, não sei se estou vivo
Ou simplesmente protagonizo mais uma
Das minhas belas criações, é belo, mas não é real

É isso, ser flor num mundo espinho, é pura criação
Desenhar cada pedaço dele para sobreviver
A água para matar a sede de amar
Como criar oxigênio numa montanha
O mundo é rarefeito

Eu descobri ontem
Em uma das ruas do meu peito
Que há um baú azul
Por ironia a tua cor preferida
Onde eu te guardo até hoje
Por livre e espontânea saudade

É isso, se flor num mundo espinho é pura criação
Desenhar cada pedaço dele pra sobreviver
A água para matar a sede de amar
Como criar oxigênio numa montanha
O mundo é rarefeito

E se isso vai durar para sempre eu não sei
E o sempre é uma palavra tão imensa
Por mais que eu queira ter o sempre
Sempre comigo
Ainda vivo entre coisas normais

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