¿Qué tal te va? (part. Pablo Alborán) (versão em português)

“¿Qué tal te va? (part. Pablo Alborán) (versão em português)”

A canção narra o impacto de ver a ex com alguém que era “só amigo”, enquanto o narrador tenta manter a pose de “Não vou chorar”. Em espanhol, “lo que siento lo siento” (sinto o que sinto) joga com o duplo sentido de admitir o que sente e soar como um “sinto muito”. O ciúme aparece cru em “Verte con ese cabrón ha sido mala suerte” (te ver com esse babaca foi azar), deslocando a culpa para o destino. As imagens em português são diretas: “vai de carona na minha mente” retrata a lembrança que não pede licença; “del recuerdo de tu boca, quiero deshacerme” (quero me desfazer da lembrança da sua boca) expressa o desejo de apagar o beijo; “juntar os cacos” marca a tentativa de se recompor; e “Deus me livre, um dia, te trombar por acidente” revela o pavor do reencontro. A virada chega com “por fin, te olvido” (por fim, te esqueço) e o fechamento sereno de “igual que abrí las puertas, hoy, por fin, las cierro” (assim como abri as portas, hoje, por fim, eu as fecho), arrematado por “se ha quedado buena tarde” (ficou uma tarde bonita).

O dueto entre Luan Santana e Pablo Alborán cria um diálogo íntimo, com trechos espelhados em duas línguas: “¿Dónde voy ahora...?” (para onde eu vou agora...?) / “Aonde eu vou agora...”. A versão em português, adaptada por Luan com Matheus Marcolino, preserva a carga emocional e adiciona coloridos locais (“vai de carona”, “te trombar”). A estreia ao vivo na MEO Arena, em Lisboa, usada como videoclipe, reforça o clima confessional. Inserida no álbum KM0 de Pablo Alborán, a faixa conecta saudade, ciúme que recua, o “azar” como explicação para a dor e a esperança de que outra pessoa ajude a “colar” os cacos — um gesto mais adulto de seguir em frente, sem apagar a melancolia.