Shippuden

Crescimento e crise existencial em "Shippuden" de Lucas A.R.T

Em "Shippuden", Lucas A.R.T. vai além de uma simples referência ao anime homônimo. Ele utiliza o conceito de "Crônicas do Furacão" para retratar a turbulência interna e a rapidez com que a vida adulta chega, trazendo responsabilidades e cobranças que apagam a leveza da infância. O contraste entre esses dois momentos aparece claramente em versos como “Ontem era criança / E hoje já tenho contas pra pagar”, mostrando o impacto abrupto da transição para a maturidade. A menção a "amizades falsas" e à sensação de não estar mais "Em Alta" reforça a crise de identidade e a desilusão com o mundo adulto, temas que também marcam o amadurecimento de Naruto em "Shippuden".

O artista amplia esse sentimento ao citar personagens como Morbius e Morpheus: “Fugindo da luz igual Morbius / Fingindo ter a resposta igual Morpheus”. Morbius representa isolamento e escuridão, enquanto Morpheus remete à ilusão e ao questionamento da realidade, reforçando a ideia de alienação e repetição, como em “Déjà vu / Bug na Matrix / Rotina é foda, repetindo um ciclo”. Lucas A.R.T. expõe sua vulnerabilidade ao admitir pensamentos negativos e o desejo de desaparecer, além de questionar sua própria moralidade: “Me diz como eu sou do bem / Se só penso no mal?”. A nostalgia pela infância e o medo do presente se misturam, culminando na reflexão sobre sonhos realizados que não trazem felicidade: “Porque eu também realizei meu sonho / Mas não me sinto feliz”. Assim, "Shippuden" se destaca como um retrato honesto das angústias da vida adulta, usando referências da cultura pop para aprofundar a busca por sentido e identidade.