refém

Crítica social e resistência em "refém" de LVCAS

A música "refém" de LVCAS faz uma crítica direta à sensação de aprisionamento causada por sistemas e estruturas sociais que limitam a liberdade individual. No verso “Entendi que sou refém, você também / Tudo bem, essa isca eu não vou morder”, o artista mostra uma consciência sobre o papel de vítima em um jogo de poder, recusando-se a cair nas armadilhas impostas por quem está no controle. As imagens de "correntes" e "prisão" reforçam a ideia de opressão, enquanto a repetição de “deixa eu ir além” expressa o desejo de romper essas limitações e buscar autonomia.

A letra também critica a manipulação e a hipocrisia de figuras de autoridade. Em “Sangue nas mãos de quem finge rezar por nós / Na fantasia de que escutam nossa voz”, LVCAS aponta para líderes ou instituições que aparentam preocupação, mas agem em benefício próprio. O trecho “Quem dita as regras nunca vai jogar / Quem puxa as cordas nunca vai entrar / Marionete apanha até sangrar” aprofunda essa crítica, mostrando que os verdadeiros detentores do poder permanecem intocáveis, enquanto os demais são usados como "marionetes". A presença de frases em inglês, como “Careful with your soul / Before they take control / Blind in a death row / 'Cause we've been held hostage” (Cuidado com sua alma / Antes que eles assumam o controle / Cego em um corredor da morte / Porque fomos mantidos como reféns), amplia o sentimento de alerta e vulnerabilidade universal diante dessas forças opressoras.

A transição artística de LVCAS, que passou do humor para uma abordagem mais autoral e crítica, se reflete na profundidade do tema de "refém". A canção funciona como um manifesto de autopercepção e resistência, incentivando o ouvinte a enxergar além das limitações impostas e buscar autenticidade em um mundo que tenta controlar e silenciar.