Meu Pajé

A Defesa da Cultura Amazônica em 'Meu Pajé' de Lucinha Bastos

A música 'Meu Pajé' de Lucinha Bastos é uma rica tapeçaria de referências culturais e sociais que aborda a defesa da cultura amazônica frente à influência estrangeira. A letra começa mencionando figuras indígenas como o cacique Raoni e Paiacã, que são líderes conhecidos por sua luta em prol dos direitos dos povos indígenas e da preservação da Amazônia. A menção ao 'cacique de Ramos' faz uma alusão ao bloco carnavalesco do Rio de Janeiro, sugerindo uma comparação entre a cultura local e a influência externa.

O refrão traz uma crítica direta à presença de figuras estrangeiras, simbolizadas por 'Seu Sting', uma referência ao cantor britânico Sting, conhecido por seu ativismo ambiental e apoio às causas indígenas. A imagem do 'faisão dourado se abraçar com jacaré' é uma metáfora que ilustra a incompatibilidade entre culturas distintas, sugerindo que a interferência externa pode ser prejudicial ou desrespeitosa às tradições locais.

A segunda estrofe reforça essa crítica ao mencionar o 'boto preto' e a 'cara de pau', símbolos da fauna amazônica e da resistência cultural. A expressão 'não venha botar molho inglês na goma do meu tacacá' é uma metáfora poderosa que ilustra a rejeição à imposição de valores e costumes estrangeiros sobre a cultura amazônica. O tacacá, um prato típico da região, representa a identidade cultural que deve ser preservada e respeitada. Assim, a música de Lucinha Bastos é um chamado à valorização e proteção da cultura amazônica contra a influência externa, celebrando a riqueza e a singularidade das tradições locais.