Nuvole Bianche

Reflexão sobre perda e saudade em “Nuvole Bianche”

A versão vocal de “Nuvole Bianche”, de Ludovico Einaudi, utiliza o dialeto salentino para criar uma atmosfera íntima e regional, reforçando o sentimento de isolamento e saudade presente na letra. O título, que significa “nuvens brancas”, serve como metáfora para pensamentos e emoções que passam lentamente, assim como as nuvens no céu. Essa imagem reflete a proposta introspectiva e melancólica do álbum “Una Mattina”, do qual a música faz parte. A alternância entre acordes maiores e menores na melodia acompanha a letra, que oscila entre esperança e resignação diante do fim de um relacionamento: “Lassala turmire ancora / Lassala cu mmore mprima / St'anima senza l'amore / None tie nu nni lu tare” (Deixe-a dormir ainda / Deixe-a com amor primeiro / Esta alma sem amor / Você não pode dar a ela).

A letra aborda a dor da separação e a dificuldade de seguir em frente, como nos versos “Ieu l'amore nu ttegnu cchiui / Eri tie lu miu bene” (Eu não tenho mais amor / Você era o meu bem), que evidenciam a perda e o vazio deixados pelo outro. O vento, citado em “Ientu lassame 'mpaccire”, simboliza tanto a passagem do tempo quanto a busca por paz ou esquecimento, mas também pode representar a persistência das lembranças. O refrão, com “Tantu tie sai / Quiddru ca ulìa / Cu succede a nui / Cu te sentu 'ncora qquai” (Só você sabe / Aquilo que queria / O que acontece conosco / Que ainda te sinto aqui), reforça como a presença da pessoa amada permanece viva na memória, tornando a superação difícil. Assim, “Nuvole Bianche” é uma reflexão sensível sobre perda, tempo e esperança, envolta em melancolia.