Al Alba

Entregas e perdas no amor em "Al Alba" de Luis Cortés

"Al Alba", de Luis Cortés, explora como um amor intenso pode transformar profundamente quem ama, chegando ao ponto de apagar traços da própria identidade. O verso “Por tu querer entregué mi bandera” mostra essa entrega total, em que o protagonista abre mão de si mesmo pelo relacionamento, refletindo a crítica do próprio artista sobre a perda de identidade. A música reforça esse sentimento de vazio e sufocamento após o fim do amor com versos como “me ahogo en este mar” e “dime quién llena este vacío”, mostrando que a dor da separação é tão forte que até respirar se torna difícil: “Por tu querer me duele hasta el respirar”.

As metáforas “llenará de flores esta primavera” e “tú te marchaste al alba” conectam a narrativa ao encerramento de um ciclo, remetendo à pureza e intensidade dos primeiros amores, como Cortés explicou em entrevista. A primavera, normalmente símbolo de renovação, aparece aqui como uma estação vazia, sem flores, representando a impossibilidade de recomeço sem a pessoa amada. Elementos como a “luna” e a “estrella” reforçam a dependência emocional, já que a amada é vista como fonte de luz e direção. Ao longo da canção, fica clara a luta entre o desejo de reviver o passado e a necessidade de seguir em frente, marcada pela saudade e pela transformação dolorosa de quem já não se reconhece: “Quiero que sepas que no soy el mismo y que tu ausencia me mata”. "Al Alba" é um retrato sincero da saudade, da perda e da busca por si mesmo após um amor marcante.