Encadenados

O drama do amor inescapável em “Encadenados” de Luis Miguel

A música “Encadenados”, interpretada por Luis Miguel, aborda de forma clara e intensa como o amor pode se tornar uma prisão emocional. A metáfora central do título, que significa "encadeados", representa a sensação de estar preso a alguém por laços tão profundos que se tornam inevitáveis, mesmo quando a relação é marcada pelo sofrimento. Isso aparece em versos como “Nos hemos hecho tanto, tanto daño / Que amor entre nosotros, es martirio” (Nós nos fizemos tanto, tanto mal / Que o amor entre nós é um martírio), mostrando que o sentimento se transformou em fonte constante de dor.

A escolha de Luis Miguel por reviver esse clássico bolero em seu álbum “Romances” reforça o caráter universal desse tipo de relação intensa e conflituosa. A letra deixa claro que, mesmo reconhecendo que talvez fosse melhor se afastarem — “Tal vez sería mejor que no volvieras” (Talvez fosse melhor que você não voltasse) —, os protagonistas não conseguem romper o ciclo de dependência: “Mi suerte necesita de tu suerte / Y tú me necesitas mucho más” (Minha sorte precisa da sua sorte / E você precisa muito mais de mim). O desfecho, com “no habrá nunca despedida / Ni paz alguna habrá de consolarnos” (nunca haverá despedida / Nem qualquer paz para nos consolar), reforça a ideia de uma ligação inquebrável, marcada por uma dependência mútua que se perpetua no tempo. Assim, a canção retrata o drama de amores que, mesmo dolorosos, são impossíveis de abandonar.