Surreal (part. Baco Exu do Blues)

Paixão intensa e desejo fora da realidade em “Surreal (part. Baco Exu do Blues)”

Logo no início de “Surreal (part. Baco Exu do Blues)”, Luísa Sonza faz referência aos “relógios de Dali”, sugerindo como o tempo parece se distorcer diante de um desejo intenso. Essa imagem cria uma atmosfera de sonho, reforçada pela mistura de R&B sensual com rap, que transmite a ideia de um casal vivendo em um universo próprio, onde as regras comuns não se aplicam.

A letra explora a paixão de forma direta e sensorial, com versos como “derretendo o tempo, o corpo, oração, teu acalento”, que expressam noites marcadas por conexão física e emocional profunda. A expressão “doce conjugal, desejo cítrico” mistura sensações de prazer e intensidade, mostrando que o relacionamento é ao mesmo tempo doce e arriscado. Baco Exu do Blues aprofunda esse clima ao falar sobre criar um “museu particular pra cada expressão do seu rosto”, revelando uma admiração intensa, quase obsessiva. Ele também reconhece o risco de se entregar a uma paixão que pode ser destrutiva, como em “Quero uma paixão de estragos, daquela que fingimos não querer”.

A música aborda ainda a tensão entre o desejo de segurança e a atração pelo imprevisível, como nos versos “Confiar é mais difícil do que ir embora” e “Eu não quero ter cuidado”. O refrão “Surreal” resume a sensação de que essa relação ultrapassa o comum, tornando-se uma experiência intensa, marcada por entrega total e pela vontade de esquecer o mundo ao redor, mesmo que só por algumas horas.