Chapéu de Couro e Gratidão

Reconhecimento e união musical em “Chapéu de Couro e Gratidão”

Em “Chapéu de Couro e Gratidão”, Luiz Gonzaga estabelece um diálogo de respeito e afeto com Benito di Paula, respondendo à homenagem recebida em “Sanfona Branca”. O verso “Aquela sanfona branca / Aquele chapéu de couro...” faz referência direta aos símbolos que marcam a identidade de Gonzaga, como a sanfona e o chapéu de couro, mas também reforça a conexão entre os dois artistas. Gonzaga aproxima a sanfona, símbolo do forró nordestino, do piano, instrumento central no samba-canção de Benito, mostrando que, apesar das diferenças regionais e de estilo, ambos compartilham o mesmo objetivo: emocionar e unir pessoas pela música. Isso fica claro quando ele diz: “Sonha que é teu piano / Tocando coisas de amor”, sugerindo que a sensibilidade musical é o elo entre eles.

O chapéu de couro, além de ser um elemento visual marcante, representa as raízes nordestinas de Gonzaga, simbolizando resistência, identidade e orgulho cultural. Ao afirmar “E no meu chapéu de couro / Nada mais que gratidão”, ele transforma esse símbolo em um gesto de agradecimento, não só a Benito, mas também à sua própria trajetória e às influências familiares, como a menção a Januário, seu pai. O trecho “A minha voz de Nordeste / Vai ser som universal / Quando nós cantarmos juntos / Meu baião na capital” expressa o desejo de levar a cultura nordestina a novos públicos, celebrando a diversidade musical brasileira e a força da união entre diferentes estilos.