
Lampião Falou
Luiz Gonzaga
Crítica social e permanência do cangaço em "Lampião Falou"
"Lampião Falou", de Luiz Gonzaga, traz uma crítica direta à hipocrisia social ao dar voz ao próprio Lampião, figura histórica do cangaço. A música destaca que, mesmo após a morte de Lampião, "outros lampiões ficaram" e continuam agindo sob novas formas. O trecho “O cangaço continua / De gravata e jaquetão / Sem usar chapéu de couro / Sem bacamarte na mão” mostra que a criminalidade e a injustiça não desapareceram, apenas mudaram de aparência. Agora, estão presentes em figuras urbanas e institucionalizadas, que cometem atos violentos e corruptos sem carregar o estigma do cangaceiro tradicional.
A letra também questiona a moralidade dos que julgam Lampião, como em “Qual o bom entre vocês? / De vocês, qual o direito? / Onde está o homem bom?”, sugerindo que ninguém é realmente inocente ou moralmente superior. O contexto histórico reforça essa crítica: Lampião, morto em 28 de julho de 1938 na Fazenda Angico, é retratado como bode expiatório de uma sociedade que continua a produzir "lampiões" sob diferentes disfarces. Luiz Gonzaga, ao interpretar a canção, reconhece tanto os crimes quanto a complexidade do personagem e da cultura nordestina. Assim, a música vai além de um relato biográfico, tornando-se uma reflexão sobre justiça, poder e a permanência de velhos problemas sociais sob novas roupagens.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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