No Ceará Não Tem Disso Não

Orgulho e humor regional em "No Ceará Não Tem Disso Não"

"No Ceará Não Tem Disso Não", de Luiz Gonzaga, utiliza a ironia para destacar o contraste entre a vida simples do sertão e os costumes urbanos considerados estranhos ou exagerados. O verso “Moça se vestir de cobra / E dizer que é distração” mostra o espanto do sertanejo diante de comportamentos urbanos inusitados, enquanto o refrão “No Ceará não tem disso não” reforça o orgulho das tradições locais e a identidade nordestina.

A música adota um tom bem-humorado para criticar situações típicas das cidades, como a surpresa com “qualquer pinguinho de chuva / Fazer uma inundação” e a desconfiança em relação aos “tubarões” do comércio, termo usado para se referir a comerciantes desonestos. Expressões regionais como “adesculpe” e “arrepito” aproximam o ouvinte do universo nordestino, valorizando o modo de falar e os costumes do Ceará. Luiz Gonzaga, ao interpretar a canção, transmite o sentimento de pertencimento e orgulho do sertanejo, mostrando que, mesmo diante das diferenças e desafios da cidade grande, a ligação com a terra natal permanece forte e cheia de afeto.