What Can I Do?

Dilemas e aceitação em "What Can I Do?" de Luke Chiang

"What Can I Do?" de Luke Chiang aborda a inquietação que surge quando um relacionamento parece perfeito por fora, mas carrega uma tensão silenciosa por dentro. Logo no início, o verso “Took a bite of the apple / Never knew what I'd find inside” (Dei uma mordida na maçã / Nunca soube o que encontraria por dentro) faz alusão à descoberta de sentimentos inesperados e inseguranças, remetendo à ideia de que se entregar a uma relação pode revelar aspectos indesejados. O próprio Luke Chiang já explicou que a música retrata esse desconforto difícil de nomear, mas que é tolerado porque a conexão ainda vale a pena.

A letra utiliza imagens como “Watching the hourglass running outta time” (Vendo a ampulheta ficando sem tempo) e “Like melting wax off a candle” (Como cera derretendo de uma vela) para transmitir a sensação de urgência e o medo de que o relacionamento esteja se esgotando sem motivo aparente. O refrão “So good it feels so wrong” (Tão bom que parece errado) revela a ambiguidade emocional: o prazer da relação vem acompanhado de desconfiança e exaustão, levando à dúvida sobre quanto tempo isso pode durar. A repetição de “What can I do?” (O que posso fazer?) expressa vulnerabilidade diante do impasse, enquanto “Let's enjoy it while it lasts” (Vamos aproveitar enquanto durar) mostra uma aceitação melancólica das imperfeições. A produção, feita em parceria com Jesse Barrera e Albert Posis, traz uma sonoridade animada que contrasta com a melancolia da letra, reforçando o clima de incerteza e esperança.