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Escrava Isaura

Lupe de Lupe

Letra

    Intimamente eu vim lhe dizer abre aspas, eu quero você
    Mandei mandingas pra mode você me dar carinho sem
    Desmerecer
    Falei com ela que o sonho é melhor quando se está
    Morto e coberto de pó

    Mas vai lá, vê se deixa o sol nascer
    Pra que serve esse anoitecer

    Intimamente você me faz bem, mas me maltrata por eu
    Não ser ninguém
    Me dá motivos pra eu me entristecer, mas me corrige
    Pois sabes conviver
    Me faz a pena que faltou a minha dó, o meu compromisso
    É ser sempre só

    Mas vai lá, vê se deixa de crescer
    Pra que serve se enaltecer

    Esse calor tá louco, vê se me deixa um pouco
    Pois eu já não aguento mais, tu não me deixa em paz

    E depois parece que se esquece e vai levando deixando
    Acontecer
    E depois percebe que o que se sucede é a vontade de me
    Reconhecer

    Numa rua, numa calçada recém inaugurada,
    Numa escola cheirando a tinta de nova empreitada
    Ou por hora diz passar fome com gorda mesada
    De esmola, que da pouco, só tão pouco

    Então cadê você, que me deixou assim, sozinho pra
    Morrer, inútil até o fim
    Cadê vossa mercê? que me expulsou de mim, me
    Resguardando
    Deixei transparecer, ousei lhe recorrer, parei de lhe
    Escrever, pra não retroceder
    Quando vais me dizer? cadê meu querubim? passou por
    Onde vim
    E nem parou
    Não reparou ou
    Me ignorou


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