Negra Sombra

A Presença Persistente da Saudade em 'Negra Sombra'

A canção 'Negra Sombra', interpretada pela artista Luz Casal, é uma expressão lírica da saudade e da presença constante de uma pessoa ausente na vida do eu-lírico. A 'negra sombra' mencionada na letra pode ser interpretada como uma metáfora para a memória ou o sentimento de perda que assombra o narrador, seguindo-o como uma sombra que não se dissipa. A repetição da ideia de que essa sombra está sempre presente, 'Ó pé dos meus cabezales' ou ao 'mesmo sol', sugere uma obsessão ou uma incapacidade de se libertar da influência dessa pessoa ou memória.

A música também explora a ideia de que essa 'negra sombra' permeia todos os aspectos da vida do eu-lírico. Seja na música que canta, nas lágrimas que chora, ou nos elementos naturais como o 'marmurio do río', a 'noite' e a 'aurora', a presença da sombra é onipresente. Isso pode indicar que a pessoa ausente deixou uma marca indelével, afetando profundamente a maneira como o eu-lírico experimenta o mundo ao seu redor.

A intensidade da conexão entre o eu-lírico e a 'negra sombra' é reforçada pela afirmação de que 'En todo estás e ti es todo, Pra min y en min mesma moras'. Isso sugere uma fusão entre o eu-lírico e a sombra, onde a linha entre eles se torna indistinta. A sombra não é apenas uma presença externa, mas também habita dentro do eu-lírico, indicando uma união profunda que transcende a simples memória, tornando-se parte integrante de sua existência.