So It Goes

Reflexão sobre impermanência e aceitação em “So It Goes”

Em “So It Goes”, Mac Miller utiliza a frase repetida do título como referência direta ao livro "Matadouro-Cinco", de Kurt Vonnegut, onde a expressão simboliza a aceitação da morte e da inevitabilidade da vida. Ao trazer esse conceito para sua música, Miller sugere uma postura de resignação diante dos altos e baixos da existência. Isso fica claro em versos como “You could have the world in the palm of your hand / You still might drop it” (Você pode ter o mundo na palma da mão / Ainda assim pode deixá-lo cair), mostrando que, mesmo com sucesso e dinheiro, nada é garantido e tudo pode mudar de repente.

A letra aborda temas como fama, pressão e solidão, evidenciados em trechos como “everybody wanna reach inside your pockets” (todo mundo quer colocar a mão no seu bolso) e “my hands been counting money, and it's hard to be the boss” (minhas mãos têm contado dinheiro, e é difícil ser o chefe). O tom direto e a produção etérea de Jon Brion reforçam a busca de Miller por paz em meio ao caos. O fato de ele ter ouvido essa faixa pouco antes de morrer adiciona um tom melancólico, transformando “So It Goes” em uma espécie de despedida. Em versos como “I can't get no satisfaction, goddamn / They saying I been gone too long / I could just tell 'em fuck you, but that come on too strong” (Não consigo satisfação, droga / Dizem que estive fora por muito tempo / Eu poderia simplesmente dizer 'foda-se', mas isso seria forte demais), Miller expressa sua autenticidade e cansaço diante das cobranças. No fim, a música convida o ouvinte a aceitar a impermanência da vida com honestidade e leveza.