Chegamos Na Metade do Ano, Deus Eu Não Quero Morrer

Humor e ansiedade em “Chegamos Na Metade do Ano, Deus Eu Não Quero Morrer”

Em “Chegamos Na Metade do Ano, Deus Eu Não Quero Morrer”, Macaco Severino utiliza o humor como forma de lidar com as dificuldades e incertezas do ano, especialmente em meio à pandemia e a crises constantes. O verso “Desgraça brota, nós faz meme e rir por fora / Mas no fundo tamo preocupado” mostra como o artista transforma tragédias e situações absurdas em piada, mas sem esconder a preocupação e ansiedade que essas situações provocam. Essa ironia é uma marca do trabalho de Macaco Severino, que mistura crítica social e sátira para retratar o cotidiano.

O trecho “Meu lado paranoia todo dia me dá três tapão / E grita: Vai, levanta” evidencia o conflito interno entre tentar seguir em frente e lidar com o peso das preocupações diárias, algo que se intensificou em anos como 2020, marcados por eventos inesperados e desgastantes. A repetição do pedido “Deus, eu não quero morrer” e a menção a ameaças improváveis, como “ataque das aranhas” e “invasões de ET”, reforçam o tom cômico e exagerado, mas também expõem o sentimento de vulnerabilidade diante de um período difícil. O desejo de “só queria o meu rabo rebolar” representa a vontade de retomar uma rotina leve e prazerosa, interrompida por crises como a pandemia de coronavírus, citada diretamente na letra. Assim, a música faz uma crítica bem-humorada à sobrecarga emocional coletiva, usando memes, ironia e referências absurdas para retratar o cansaço e a busca por resiliência.