papercuts

Contrastes e críticas à fama em “papercuts” de mgk

Em “papercuts”, mgk explora a ironia entre as dores superficiais dos "papercuts" (cortes de papel) e os impactos profundos da fama e das exigências do mercado musical. O artista utiliza imagens como “Bleach my hair, mess it up” (Descoloro meu cabelo, bagunço tudo) para simbolizar não só mudanças de visual, mas também sua tentativa de se reinventar e desafiar padrões. Esse processo é reforçado pelo contexto de sua transição para o rock e pelo videoclipe, onde aparece careca e sem tatuagens, marcando uma ruptura com sua imagem anterior. No verso “Signed a deal, I got papercuts” (Assinei um contrato, ganhei cortes de papel), mgk faz um trocadilho entre o ato de assinar contratos e as pequenas feridas emocionais que acompanham o sucesso, sugerindo que a fama traz dores constantes, ainda que discretas.

A música adota um tom rebelde e desencantado, especialmente em versos como “Don't belong, I'm a punk” (Não pertenço, sou um punk) e “Hello world, you fuckin' suck” (Olá mundo, você é uma droga), nos quais mgk expressa seu sentimento de não pertencimento e sua crítica à sociedade. O trecho “Everybody's so nice lately (everybody's not nice)” (Todo mundo tem sido tão legal ultimamente [ninguém é legal]) ironiza a falsidade das relações públicas e da mídia, enquanto “Internalized everything the headlines say lately” (Internalizei tudo o que as manchetes dizem ultimamente) revela o impacto negativo das críticas sobre sua saúde mental. Ao mencionar “Smoked a blunt, had a kid” (Fumei um baseado, tive uma filha), ele faz referência direta à sua filha Casie, misturando rebeldia com responsabilidades pessoais. O refrão “keep my mouth shut and wave” (fico de boca fechada e aceno) reforça a pressão para manter as aparências, mesmo sentindo-se “dancing on my grave” (dançando sobre o meu túmulo), ou seja, aparentando normalidade enquanto enfrenta angústias internas.