one of the ones

Vulnerabilidade e autodefesa em "one of the ones" de Maggie Lindemann

Em "one of the ones", Maggie Lindemann explora a tensão entre vulnerabilidade e autodefesa nos relacionamentos. Logo no início, ela compara seu corpo a uma arma sem trava de segurança: “my body's a gun with no safety” (meu corpo é uma arma sem trava de segurança). Esse verso resume o risco emocional que ela sente ao se envolver com alguém, sugerindo que qualquer aproximação pode ser perigosa tanto para ela quanto para a outra pessoa. O refrão reforça essa ambiguidade: “You could be the one or just one of the ones / I might hit it and run, my baby” (Você pode ser a pessoa certa ou só mais uma / Eu posso ficar e depois ir embora, meu bem). Aqui, Lindemann expressa o conflito entre o desejo de encontrar alguém especial e o medo de se machucar, tratando as conexões como intensas, mas potencialmente descartáveis.

O videoclipe complementa essa mensagem ao mostrar Lindemann dominando um escritório frio e causando pequenos tumultos, o que reforça a ideia de rebeldia e distanciamento emocional. Versos como “Please, hold me but don't get attached / Too close is a knife in the back” (Por favor, me abrace, mas não se apegue / Chegar muito perto é uma facada nas costas) deixam claro que ela anseia por contato, mas teme a vulnerabilidade e a decepção. O tom provocativo aparece em “Snap, snap, bitch, better get your Nikon / Gonna wish you took a pic when I'm gone” (Tira logo a foto, melhor pegar sua Nikon / Vai se arrepender de não ter tirado uma foto quando eu for embora), mostrando que ela assume o controle da situação e avisa que sua presença é marcante, mas passageira. A sonoridade hyperpop intensa e os sintetizadores distorcidos acompanham essa tensão, tornando a faixa um retrato direto das contradições de quem quer se conectar, mas não consegue baixar totalmente a guarda.