The Good Witch

Reflexões sobre poder e cura em "The Good Witch"

Em "The Good Witch", Maisie Peters adota uma postura irônica ao se autodenominar uma "boa bruxa". Ela assume o controle da própria narrativa, mas escolhe usar esse poder de forma positiva, mesmo diante de mágoas e ressentimentos. No verso “Still decoy, still a good witch with her tea / Still bitter, still don't play the black keys” (Ainda isca, ainda uma boa bruxa com seu chá / Ainda amarga, ainda não toco as teclas pretas), Peters mistura vulnerabilidade e humor, mostrando que, apesar de amadurecer e tentar seguir em frente, ainda carrega dores e hábitos antigos. A palavra “Armageddon” aparece para reforçar o impacto devastador do término, marcando um ponto de virada em sua vida emocional.

A música traz referências culturais e pessoais, como a menção a King's Cross e comparações com os pais, o que aprofunda o tom confessional. No trecho “I light another candle and I chant under my breath / That I will try forgiveness, but I will not forget” (Acendo outra vela e murmuro para mim mesma / Que vou tentar perdoar, mas não vou esquecer), fica claro o processo de autodescoberta e crescimento: Peters reconhece a importância do perdão, mas não ignora as marcas do passado. As gravações de voz de amigos e familiares inseridas na faixa trazem um toque de realismo e apoio, mostrando que, mesmo vulnerável e nostálgica, ela não está sozinha. Ao transformar suas experiências em um "universo" próprio, Peters reafirma seu poder de reescrever a própria história, sendo uma boa bruxa marcada por cicatrizes e aprendizados.