Bonde dos Estraga Festa (part. Papatinho, MC Carol de Niterói e Califfa)

Nostalgia e ousadia em "Bonde dos Estraga Festa"

"Bonde dos Estraga Festa (part. Papatinho, MC Carol de Niterói e Califfa)", de Major RD, resgata a energia dos bailes funk dos anos 1990, especialmente a tradição do "baile de corredor". O convite para "abrir o espaço, cai pro meio, sem ter medo de morrer" remete à atmosfera vibrante desses eventos, onde o público participava de forma ousada e sem inibição. As menções à "tropa do Papato" e à "Equipe Major" reforçam o senso de coletividade e pertencimento, típicos das equipes de som e grupos de amigos que animavam as festas da época.

A participação de MC Carol de Niterói traz irreverência e empoderamento, principalmente quando ela diz: "Sou Carol de Niterói e vim mandar meu papo / Vou-me embora agora, senão, eu te esculacho". Essa postura direta e desafiadora é uma marca do funk carioca, que mistura diversão com autenticidade e afronta. O verso "Tira a camisa, esse é o gran finale / Cachorro de briga, igual rinha de Rottweiler" usa metáforas de confronto e coragem, sugerindo que se jogar na festa é um ato de bravura e entrega à experiência coletiva.

O refrão "Ahá! Faz a rodinha no meio do baile" funciona como um chamado para todos participarem da dança e da celebração. Já o trecho "Perereca pra frente / Perereca pra trás" traz duplo sentido: além de ser um comando típico das coreografias de funk, também sugere conotação sexual, característica comum do gênero. Assim, a música celebra a tradição do funk carioca, misturando nostalgia, ousadia e a energia contagiante dos bailes, ao mesmo tempo em que homenageia a cultura de resistência e pertencimento das periferias do Rio de Janeiro.