Africaniei

Identidade e ancestralidade em “Africaniei” de Majur

Em “Africaniei”, Majur celebra a diversidade de identidades que formam o povo brasileiro. Ao afirmar “Sou angolano, africano / Índio, riquenho, mexicano / Preto, amarelo, pardo / Sou mistura, Brasileiro nato”, a artista destaca a pluralidade étnica e cultural do Brasil, indo além da ancestralidade africana para incluir também referências indígenas e latino-americanas. Essa escolha reforça a ideia de um Brasil construído a partir de múltiplas origens, valorizando a mistura e a representatividade de diferentes povos.

A ambientação do videoclipe em Salvador, cidade símbolo da cultura afro-brasileira, reforça a conexão de Majur com suas raízes e a importância da valorização da cultura local. Ao citar elementos como “kora” (instrumento musical africano), “Congo, agogô, meu banto”, Majur evidencia a influência africana nos ritmos e tradições brasileiras, ressaltando que “Isso não vem do branco”, ou seja, essas manifestações culturais têm origem negra e indígena. O refrão “Africaniei” funciona como um verbo inventado, sugerindo o ato de se reconectar, se orgulhar e se afirmar como parte dessa ancestralidade. Assim, a música se torna um manifesto de orgulho, resistência e busca por igualdade racial, transmitindo sentimentos de pertencimento, força e esperança.