Agô

Majur celebra ancestralidade e força espiritual em “Agô”

Em “Agô”, Majur utiliza a palavra de origem iorubá, que significa “licença” ou “permissão”, para abrir seu álbum com um gesto de respeito às tradições afro-brasileiras, especialmente ao candomblé. Ao pedir permissão para se expressar, Majur demonstra reverência à ancestralidade e à espiritualidade, reforçada pela referência ao terreiro do Gantois, um dos mais importantes centros religiosos do candomblé na Bahia. Ao se apresentar como “filha de Xangô”, ela se conecta ao orixá da justiça e do trovão, buscando força, proteção e legitimidade espiritual para sua trajetória artística.

O verso “Lati Kori Agbara dos Orixás” (“Eu canto o poder dos Orixás”) evidencia o desejo de Majur de celebrar e exaltar as divindades africanas, afirmando o orgulho de sua herança e identidade negra. Quando canta “No sangue o guerreiro do Gantois”, Majur destaca que sua força e coragem vêm de uma linhagem ancestral. Já em “Presente de Deus, anunciou / Majur chegou”, ela marca sua chegada como um momento abençoado e significativo. Dessa forma, “Agô” se apresenta como um manifesto de afirmação cultural, espiritualidade e respeito às raízes, abrindo espaço para que Majur e sua comunidade sejam reconhecidos e ouvidos.