Andarilho

Afeto e pertencimento em "Andarilho" de Majur

Em "Andarilho", Majur explora a importância das conexões humanas a partir de uma perspectiva íntima e sensível. A música é uma homenagem ao melhor amigo da artista, Rodris, que teve papel fundamental em sua trajetória de autoaceitação. O convite para "tomar um café no meu mundo favorito" vai além do sentido literal, simbolizando o desejo de compartilhar momentos simples e cotidianos com alguém especial. Majur reforça esse sentimento ao dizer: "Eu não gosto de café / E o meu mundo favorito é onde você está", mostrando que o valor está na presença e no vínculo, não nos rituais em si.

A imagem do "jardineiro" que "planta flores coloridas no jardim do eu e você" representa o cuidado e o esforço necessários para manter uma relação saudável. O termo "andarilho" sugere uma jornada conjunta, marcada por descobertas e experiências compartilhadas. O verso "Tudo que eu quero é viver às margens do rio Irecê / Mas do que adiantaria se não tivesse você pra me fazer feliz?" conecta o desejo de paz e plenitude a um lugar afetivo, que só ganha sentido quando dividido com quem se ama. Além disso, Majur vê o ato de compor e tocar violão como um gesto político, especialmente para pessoas trans, tornando "Andarilho" não só uma celebração da amizade, mas também um manifesto de afeto, simplicidade e pertencimento.