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Quem Tu Pensas Que Eu Sou?

Malabá da Gun

Eu dedico este som a todos aqueles que partiram, e não tiveram tempo de dar um adeus,
Eu sei quem são os meus amigos, irmãos do peito,
Aqueles que não me falham por mais mal que eu tenha feito,
Eu sei que não sou perfeito, tenho plena consciência disso,
Cometo erros atrás de erros, mano, ser-humano vive disso,
Ser-humano vive do engano, vive do esforço, vive da burla, vive do roubo, vive da gula,
Mas afinal qual é que é a tua,
Se não me apoias, rua,
Rua daqui para fora,
A realidade é muito crua para tocar na tua emissora,
Minha senhora ouve, mas a minha senhora não percebe,
E o mais provável é que quando ouvir isto eu já nem cante rap,
Mas agora dá-me espaço, passa o mic e curte o som,
Mete like, dá-me propz, porque o meu som ainda não toca na night,
Porque eu não canto koduro, não critico, nem censuro,
Mas prefiro continuar a ser o puro,
Rapper do futuro, aquele que não parece, mas é instável, inseguro,
Tal e qual como tu, mas eu não sou igual a ti, tu não és igual a mim,

Mas que tipo de rapper é que tu pensas que eu sou
Acredito no poder da rima, e tenho fé no flow,
Se trabalho como escravo para pagar o som,
Que chega aos teus ouvidos através do download,
Mas que tipo de homem é que tu pensas que eu sou,
Mas que tipo de homem é que tu pensas que eu sou, é que tu pensas que eu sou,

Não passo dum algarismo,
Neste mundo onde tudo gira à volta do cinismo,
Sinto que estou num abismo, à beira dum penhasco,
Sinto que estou perdido e nem com bússola me acho,
24 Anos não consumo drogas nem me enfrasco,
Mas aos olhos de muitos não passo de um jovem rasco,
Sentimentos maus, quando estou com a moral em baixo,
Faz-me lembrar os dias que apenas tinha arroz no tacho,
Eu acho que alguém tem-me confundido,
Eu só me desenrasco mas eles chamam-me de bandido,
Se isto chega ao ouvido de quem não deve, nem quero pensar,
Não tenho mais idade para pôr a cota a chorar,
Desgostos todos temos, vivemos como não queremos,
E quem nos põe no mundo raramente os surpreendemos,
Tantos filmes fazemos, só queremos ter o que não podemos,
Os problemas nunca resolvemos,
Tantos assuntos pendentes, tantos crentes,
Tantas duvidas, para mim sentimentos são coisas estupidas,
Encontro laveis únicas, autênticos como rubricas,
Para mim somos deuses devíamos vestir todos túnicas,
São publicas as formas como nos tratam e magoa,
Se criticas o mundo, sem nunca vencer uma pessoa,
Se isso para ti é na boa, para mim não dá,
Dói saber que o mundo não sabe que existe o Malabá,

Mas que tipo de rapper é que pensas que eu sou,
Acredito no poder da rima, e tenho fé no flow,
Se trabalho como escravo para pagar o som,
Que chega aos teus ouvidos através do download,
Mas que tipo de homem é que tu pensas que eu sou,
Se vivo numa casa que nem guita dou,
Já há mais de três meses que algo em mim mudou,
Só Deus sabe o que se passou, comigo,
Mas que tipo de rapper é que pensas que eu sou,
Ainda acredito no poder da rima, e tenho fé no flow,
Se trabalho como escravo para pagar o som,
Que chega aos teus ouvidos através do download,
Mas que tipo de homem é que tu pensas que eu sou,
Mas que tipo de homem é que tu pensas que eu sou, é que tu pensas que eu sou.

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