Mis Ojos

A ausência e o desejo em “Mis Ojos” de Maná

Em “Mis Ojos”, da banda Maná, a repetição do verso “¿De qué me sirven mis ojos? Si no te pueden ver” (“De que me servem meus olhos? Se não podem te ver”) destaca a frustração e o vazio do protagonista diante da ausência da pessoa amada. A letra mostra como os sentidos, normalmente fonte de prazer e conexão, perdem o significado quando não podem ser compartilhados com quem se ama. O eu lírico agradece por ter olhos, boca, pele e outras partes do corpo, mas essa gratidão se mistura à dor, pois tudo isso parece inútil sem a presença da pessoa desejada.

A música aborda de forma direta o impacto da solidão, expressa em versos como “me estás matando” (“você está me matando”) e “doler la piel por no tocarte” (“a pele dói por não te tocar”). O desejo físico é reforçado por imagens como “tengo dos manos para recorrer tus muslos, tus colinas, tu cintura” (“tenho duas mãos para percorrer suas coxas, suas curvas, sua cintura”), mostrando que a ausência é tanto emocional quanto corporal. Os sentidos — visão, tato e até o coração — são usados para intensificar o vazio deixado pela distância, tornando cada parte do corpo um lembrete constante da falta. Assim, “Mis Ojos” transforma a saudade em algo concreto, onde cada sentido clama pela presença do outro, e a solidão se torna quase insuportável.