Otro Rango

Superação e autenticidade em "Otro Rango" de Mañas Ru-Fino

"Otro Rango", de Mañas Ru-Fino, explora temas de autossuficiência, transformação pessoal e enfrentamento das adversidades. Logo no início, o artista afirma: “bajo la tormenta canto y yo ni canto” (sob a tempestade eu canto e nem sei cantar), mostrando que sua força não depende de habilidades tradicionais, mas de resiliência e autenticidade. O verso “Ya no soy ese Julián, el que juntaba las patas” marca uma ruptura com uma versão mais vulnerável de si mesmo, indicando crescimento e autoconfiança.

A letra utiliza metáforas e provérbios para reforçar a ideia de justiça e desconfiança em relação a falsos aliados. Trechos como “Que se caiga lo que este flojo / Diente por diente / Muerte por muerte / Ojo por ojo” (Que caia o que está fraco / Dente por dente / Morte por morte / Olho por olho) sugerem que apenas o que é verdadeiro e forte permanece. A repetição de “Todo lo sube que tiene que caer / Todo por su peso cae” (Tudo que sobe tem que cair / Tudo cai pelo próprio peso) reforça que o tempo revela a verdade e que o sucesso superficial não se sustenta. Expressões como “Perro que ladra no muerde” (Cão que late não morde) e “El pez muere por la boca” (O peixe morre pela boca) expõem a falta de consistência de quem fala muito, mas não age.

No refrão, “Siento que se sale el mango / La vida un baile y yo no bailo, no” (Sinto que o cabo sai do lugar / A vida é um baile e eu não danço, não), Mañas Ru-Fino expressa tanto a sensação de perder o controle quanto a recusa em se encaixar nas expectativas alheias. Ao afirmar “ahora ando en otro rango” (agora estou em outro nível), o artista deixa claro que atingiu um novo patamar, mantendo sua essência e enfrentando desafios de cabeça erguida.