Samba-Enredo 2019 - Oxalá, Salve a Princesa! A Saga de Uma Guerreira Negra

A ancestralidade e resistência em “Samba-Enredo 2019 - Oxalá, Salve a Princesa! A Saga de Uma Guerreira Negra”

"Samba-Enredo 2019 - Oxalá, Salve a Princesa! A Saga de Uma Guerreira Negra", da Mancha Verde, valoriza a ancestralidade africana e a resistência do povo negro ao contar a história de Aqualtune, princesa do Congo. O verso “Salve a princesa! Viva o povo negro!” destaca a homenagem à figura histórica de Aqualtune, que representa a luta contra a escravidão e a dignidade dos descendentes africanos no Brasil. A presença marcante dos tambores e do batuque na letra reforça a importância das tradições afro-brasileiras e dos terreiros como espaços de preservação cultural e espiritualidade, celebrando o orgulho das raízes africanas.

A música também faz referência direta a orixás como Oxum, Xangô e Iemanjá, símbolos de proteção, justiça e esperança nas religiões de matriz africana. O trecho “A fé conduz o Congo a lutar / Tristeza marejou meu olhar / Oh Senhor, tem piedade / Dos corações sem liberdade” evidencia o sofrimento causado pela escravidão, mas ressalta a força espiritual que impulsionou a resistência. Ao citar “Palmares, vi um céu de luz e liberdade / A força de Zumbi a nos guiar”, a letra conecta a trajetória de Aqualtune à luta dos quilombolas, especialmente Zumbi dos Palmares, mostrando o papel dos quilombos como espaços de liberdade e resistência negra. O samba celebra a cultura afro-brasileira, exalta a ancestralidade e convida à reflexão sobre igualdade e direitos humanos, transmitindo emoção, orgulho e esperança.