A Solidão

Contrastes de valores e afeto em “A Solidão” do Maneva

Em “A Solidão”, do Maneva, o contraste entre o desejo de afeto e a busca por prazeres imediatos é o ponto central da música. Isso fica claro na oposição direta entre os versos “Eu quero amor, você putaria”, que mostram o distanciamento emocional em um relacionamento onde um lado valoriza conexões superficiais e bens materiais — como em “um Nike Air da hora, um celular da moda, um jaco que é de fora” — enquanto o outro busca intimidade e tranquilidade, expressas no desejo de “dormir de conchinha” e “querendo paz”. Essa diferença de prioridades leva à sensação de abandono e solidão, simbolizada pela frase “o que era nós dois ficou eu”.

O lançamento da música marca uma nova fase do Maneva, celebrando 19 anos de carreira e mostrando a maturidade do grupo ao tratar de temas atuais de forma acessível. A solidão retratada não é apenas a ausência física do outro, mas também o resultado de escolhas e valores que afastam as pessoas, mesmo quando estão próximas. A letra reflete sobre como o consumismo e a busca por experiências passageiras podem esvaziar relações, tornando a solidão inevitável quando não há sintonia de expectativas e desejos. O tom de desabafo cotidiano aproxima a canção do público, tornando o tema universal e fácil de se identificar.