Sou Função (part. Dexter)

A Força e a Resistência do Gueto em 'Sou Função'

A música 'Sou Função', de Mano Brown com participação de Dexter, é uma poderosa declaração de identidade e resistência das comunidades negras e periféricas. A letra é um testemunho da vida no gueto, onde a música e a cultura são formas de sobrevivência e expressão. Mano Brown e Dexter, ambos figuras icônicas do rap brasileiro, utilizam suas experiências pessoais para ilustrar a realidade de muitos jovens negros que enfrentam a marginalização e a violência policial.

Mano Brown inicia a música com uma apresentação de sua 'função', ou seja, seu papel e identidade dentro da comunidade. Ele descreve seu estilo de vida, suas roupas e sua linguagem, que são símbolos de resistência e orgulho negro. A referência ao 'diploma acadêmico' da favela sublinha a ideia de que a sabedoria e a experiência adquiridas nas ruas são tão valiosas quanto a educação formal. A música também celebra a cultura negra, com menções ao funk e ao rap como formas de expressão e resistência.

Dexter, por sua vez, reforça a mensagem de orgulho e resistência. Ele fala sobre a importância da música negra em sua vida e como ela o ajudou a encontrar sua identidade e a honrar sua raça. A letra também aborda a violência e a opressão enfrentadas pelos jovens negros, mas destaca a força e a resiliência que emergem dessas experiências. Dexter enfatiza a necessidade de união e lealdade dentro da comunidade, sugerindo que a verdadeira 'função' é ser fiel às suas raízes e lutar por justiça e igualdade.

Mano Brown encerra a música com uma reflexão sobre sua própria jornada e a importância da música como uma forma de resistência e empoderamento. Ele menciona figuras icônicas da música negra, como James Brown e Al Green, e celebra a cultura funk como uma fonte de orgulho e identidade. A música termina com um apelo à fé e à luta contínua, destacando a importância de manter a esperança e a determinação diante das adversidades. 'Sou Função' é, portanto, uma poderosa declaração de identidade, resistência e orgulho negro, que celebra a cultura e a força das comunidades periféricas.