Regra do Jogo

Afirmação e superação no cotidiano de “Regra do Jogo”

A música “Regra do Jogo”, de Mano Chaba, destaca como as rivalidades e provocações do cotidiano do gueto angolano se transformam em força para a afirmação pessoal e a superação. Mano Chaba, junto com Deezy, utiliza a frase “chama aquele wy que me reirou” para desafiar quem duvidou deles, mostrando que, apesar das barreiras e das dificuldades impostas, eles permanecem firmes e resilientes. O contexto da música, inspirado nas experiências reais dos artistas em Luanda, reforça a importância de se impor diante de quem tenta desmerecer ou boicotar o progresso: “Me falaram pra mim baixar a cabeça... No meu caminho meteram barreiras, mas sou filho da bênção”.

A letra traz gírias locais e metáforas que ampliam o sentido de resistência e vitória. Expressões como “mandava bué boca” (falava muito, provocava) e “num tá aguentar beat” (não aguenta a pressão) mostram a queda dos adversários que antes se achavam superiores. O verso “Vou fumar esse negro / Pra mostrar que também sou grego” tem duplo sentido: além de se referir ao ato de fumar, sugere dominar o rival, mostrando tranquilidade e superioridade diante do conflito. Ao mencionar “Ngana Nzambi que me lavou”, Mano Chaba reforça a ideia de proteção espiritual e destino abençoado, comum nas crenças angolanas. Assim, “Regra do Jogo” se apresenta como um manifesto de autoconfiança, uma resposta direta aos críticos e uma celebração da força de quem sobrevive e prospera no ambiente hostil do gueto.