O Artista

Crítica à superficialidade artística em “O Artista” de Mano Fler

Em “O Artista”, Mano Fler se apresenta como “o artista mais estranho do planeta”, deixando claro desde o início sua recusa em se encaixar nos padrões e sua crítica à busca por fama superficial. O verso “querem estrelas iludidos com cometa” faz uma crítica direta a quem se deslumbra com sucessos passageiros, confundindo brilho momentâneo com relevância verdadeira. Essa visão reflete o cenário da indústria musical, onde, segundo Mano Fler, amizades e parcerias são baseadas no hype e nos números de curtidas, e não na autenticidade ou no talento real.

A letra também aborda a hipocrisia nas relações e a solidão de quem não se encaixa no mercado. Trechos como “acabou o hype, acabou a amizade / abaixou os like, poucos tão na grade” mostram como o apoio é volátil e interesseiro. Mano Fler valoriza a humildade, destacando que o humilde ensina como ser após a vitória, enquanto o metido só ensina a vencer. Ao citar Sabotagem e o rap de rua, ele reforça seu compromisso com a verdade e a resistência, mesmo sem apoio ou estrutura. O refrão “ideia reta, ideia rústica” resume o tom direto da música, enquanto a frase “você vai gostar mais das músicas das pessoas / do quê das pessoas da música” denuncia a superficialidade das relações no meio artístico. Assim, Mano Fler transforma a música em um manifesto pela autenticidade e pela sobrevivência artística em um sistema que valoriza mais o brilho passageiro do que a essência.