Filho de Mãe Solteira

Busca por identidade e reconexão em "Filho de Mãe Solteira"

A música "Filho de Mãe Solteira", de Manoelito e Flavio Mattes, aborda de forma clara e sensível as marcas deixadas pela ausência paterna na vida de quem cresce sem uma estrutura familiar tradicional. Um ponto central da letra é a maneira como o eu lírico transforma sua busca pelo pai em um apelo público, utilizando sua carreira artística como meio de contato. Isso fica evidente no verso: “Eu canto no rádio sou compositor / E a minha mãe se chamava guiomar”, em que o cantor revela detalhes pessoais na esperança de ser reconhecido e, talvez, reencontrar o pai. Assim, a música se torna tanto um desabafo íntimo quanto um chamado real de reconexão familiar.

Lançada em 1981, a canção reflete um contexto social em que filhos de mães solteiras enfrentavam forte preconceito e dificuldades extras para construir sua identidade. A letra narra a trajetória de um homem que, após perder a mãe ainda criança, sente-se “rolando ao léu”, expressão que reforça o sentimento de abandono e solidão. Apesar disso, a esperança permanece viva, como mostra o trecho: “Não quero saber se és rico ou pobre / Só quero que saibas que sou teu amigo”. A música equilibra dor, saudade e esperança, retratando de forma honesta a busca por pertencimento e afeto familiar.