Clandestino

A luta dos migrantes e a crítica social em “Clandestino”

A música “Clandestino”, de Manu Chao, aborda de forma clara e sensível a situação dos imigrantes indocumentados. O verso “Me dicen: El Clandestino / Por no llevar papel” (“Me chamam de clandestino / Por não ter documento”) mostra como a ausência de documentos transforma pessoas em “clandestinos”, marginalizados e perseguidos. Manu Chao cita diferentes nacionalidades, como “Peruano, clandestino”, “Africano, clandestino” e “Argelino, clandestino”, para reforçar que a exclusão dos migrantes é um fenômeno global, não restrito a um país ou continente.

A referência a “Babylon” simboliza as grandes cidades ocidentais, vistas como centros de poder e opressão, onde o migrante se sente invisível, um “fantasma en la ciudad” (“fantasma na cidade”). A repetição de frases como “Solo, voy con mi pena / Sola, va mi condena” (“Sozinho, vou com minha dor / Sozinha, vai minha condenação”) transmite o isolamento e a tristeza de quem vive à margem, sempre tentando “burlar la ley” (“driblar a lei”). O trecho “Mi vida va prohibida / Dice la autoridad” (“Minha vida é proibida / Diz a autoridade”) denuncia a criminalização dessas pessoas, enquanto “Soy una raya en el mar” (“Sou uma linha no mar”) expressa a sensação de insignificância diante da sociedade. Manu Chao usa a canção para sensibilizar sobre as injustiças enfrentadas pelos migrantes, e “Clandestino” segue atual, sendo regravada e adaptada para novas realidades, como na versão com Calypso Rose, que fala sobre a travessia do mar rumo à Europa.