Ainda bem que deu errado

Ironia e superação no fim em “Ainda bem que deu errado”

Em “Ainda bem que deu errado”, Marcela utiliza a ironia do refrão para expressar o alívio inesperado após o término de um relacionamento. O verso “ainda bem que deu errado” mostra que, apesar da dor, o fim trouxe libertação. A letra é direta e carrega um tom sarcástico ao abordar o desgaste emocional causado por um parceiro orgulhoso e manipulador, como fica claro em “nota dez pra sua atuação” e “esse seu orgulho ainda vai te corromper”. O desabafo é reforçado pela repetição de que a culpa pelo sofrimento não é compartilhada, mas atribuída ao outro: “e a culpa é sua”.

A música também explora o isolamento e as tentativas de superar a dor, como em “curo a solidão ouvindo as paredes do quarto” e “quebro um coração por noite pra lembrar do estrago”. Esses versos mostram que a protagonista busca distrações e até se envolve em relacionamentos superficiais para lidar com o trauma. O trecho “eu tenho dó de quem me conhecer” revela autodepreciação e indica que as marcas do término ainda afetam sua capacidade de se entregar novamente. Já em “estúpido cupido que acertou a flecha, alguém que parece comigo e age por impulso numa briga sem sentido de tesão e vaidade”, há uma autocrítica sobre o envolvimento impulsivo e os conflitos banais do relacionamento. Assim, a canção mistura honestidade emocional, ironia e um senso de superação amarga, tornando o desabafo acessível para quem já passou por relações frustradas.