Eu Tiro É Onda (remix) (part. Sain)

Herança e postura em “Eu Tiro É Onda (remix) (part. Sain)”

O remix de 2019 retoma o clássico de 1998 como um manifesto de continuidade: pai e filho rimando a mesma ética de rua em épocas diferentes. A entrada de Sain conversa com linhas icônicas de Marcelo D2 e, junto da parceria com a Adidas Originals e o retorno do OZWEEGO, liga passado e presente como estética e como valor. Na letra, “certo pelo certo”, “pela minha família” e “prosperidade pra tropa completa” mostram que “tirar onda” não é ostentar, é postura: confiança, trabalho e lealdade mesmo quando “é muito fácil” seduzir pelo dinheiro. Versos como “nunca durmo na ronda” e “sentimento frio igual navalha” falam de vigilância em ambiente hostil, enquanto “777 longe de patifaria” funciona como código de retidão e proteção. A síntese vem em “minha estrada é a própria linha de chegada”: o corre é a vitória, não o prêmio externo.

O mapa da canção costura território e trajetória: “Do KGL ao Andaraí” marca a formação; “do Rio de Janeiro a Nova York levado pelo som” afirma a ponte global do hip hop. O cotidiano — “domingo tem jogo, churrasquinho com os cria” — sustenta a base comunitária contra a “negatividade”. Quando D2 diz “ouvir o Hip Hop é uma coisa normal, entender o Hip Hop é onde está o mal”, ele separa consumo de compromisso com princípios. O clipe reforça essa leitura ao mesclar referências dos anos 90 com a estética atual, em produção novamente assinada por DJ Nuts, também presente na versão original. “Eu sou Marcelo D2, e ele, Sain” sela o rito de passagem: foco, evolução e integridade de geração em geração.