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Nos Meus Olhos de Guri

Marcelo Oliveira

Letra

    Passou-se a infância no sem-fim do campo
    Nas sombras largas de algum tempo moço
    Dos cinamomos que abrigavam as tropas
    Feitas de vida, mansidão, gado de osso.

    Eram as estâncias que povoavam as tardes
    Nas sesmarias deste meu pequeno mundo
    A casa grande que abrigava meu sustento
    Guardava os sonhos num pátio do fundo.

    Cercas de pedra, carafá, arame e linha
    Delimitavam meus espaços e as distâncias
    Entre o campo que aos meus olhos verdejava
    E a ilusão de ser patrão da minha infância.

    Quando no campo o inverno dava baixa
    E alguma pampa consumia-se ao varzedo
    Eram mais couros estendidos nas estacas
    Eram mais reses para a estância de brinquedo.

    Se foram as tardes nos meus olhos de guri
    Que o próprio tempo não deixou para depois
    Levou a infância numa tropa de inverno
    E, estrada afora, minhas ovelhas e bois.

    Eu já não tenho essa lembrança por inteiro
    Porque o tempo, sem querer, nos leva assim
    Mas vive a sombra nos copados cinamomos
    E esta saudade que ainda faz parte de mim.


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