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Caseiros da Estância Solidão

Marco Aurélio Vasconcellos

Letra

    Quem passou a vida mastigando o freio
    Aceitando arreios sem se rebelar
    O suor no rosto, poeira no olhar
    Sempre a camperear em potreiro alheio

    Quem cruzou por léguas no mesmo lugar
    No diário andejar por minguados cobres
    Esperança escassa que um dia lhe sobre
    Um ranchito pobre de seu pra morar

    O homem
    Caseiro da estância onde me criei
    Meu pequeno mundo nunca foi maior
    O galpão, a lida, o gado e o campo
    Repontando os anos nesse Sol a Sol

    A mulher
    E enquanto eu limpo a casa dos patrões
    Que moram faz tempo lá na capital
    Vou criando os filhos para serem peões
    Pra aceitarem marca, levarem buçal

    Quem viu tanta gente rumar pra cidade
    E deixar saudade na dor das taperas
    Plantar ilusões, semear quimeras
    Levantar favelas no gris da paisagem

    Não lamenta a sina de gado de corte
    Aceita a sua sorte, cumpre a dura lida
    Mas talvez perceba na hora da ida
    Que passou a vida esperando a morte

    Composição: Alessandro Gonçalves / Marco Aurélio Vasconcellos / Martim César Gonçalves. Essa informação está errada? Nos avise.

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