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Canto a Um Campeiro do Asfalto

Marco Aurélio Vasconcellos

Letra

    O velho amâncio foi peão a vida inteira,
    Madrugador e serviçal como ninguém,
    Fez o seu mundo desde o fundo até a porteira,
    Sem se importar com o que havia mais além.

    Mas, “mala suerte”, o patrão morreu primeiro,
    Que Deus o tenha em sua santa companhia!
    E o patrãozito que jamais foi estancieiro,
    Vendeu num upa tudo que lhe pertencia...

    (E o velho amâncio em sua humilde serventia,
    Não mais servia aos novos donos do lugar,
    Que lhe pediram que partisse sem tardia,
    Sem se importarem que essa estância era o seu lar.) bis

    Foi logo embora, pois foi sempre cumpridor,
    Deixando atrás o seu galpão e a sua vida,
    Pesava mais no velho lombo do que a dor,
    Não ver ninguém a dar-lhe adeus em sua partida.

    Buscou de pronto colocar-se noutra estância,
    Mas por ser velho já ninguém quis lhe empregar.
    Tocou, então, direito ao povo e na distância,
    Foi ser mais um farrapo humano a mendigar...

    (Pois velho amâncio era peão e nada mais,
    E só restou-lhe camperear em fantasias,
    E a esperar por ter a morte por guarida,
    Já que a vida se acabou numa invernia.) bis

    Composição: Marcos Aurélio Vasconcellos / Martim Cesar. Essa informação está errada? Nos avise.

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