Fado Do Estudante

Juventude e tradição lisboeta em “Fado Do Estudante”

“Fado Do Estudante”, de Marco Rodrigues, retrata com leveza e nostalgia o contraste entre a liberdade da juventude e as responsabilidades da vida adulta. A canção utiliza o estudante boêmio como símbolo não só de uma experiência pessoal, mas também de uma Lisboa tradicional, onde o fado e a vida acadêmica se misturam. O trecho “Era um audaz conquistador das raparigas / De capa ao ar, cabeça ao léu / Sem me ralar vivia e eu / Só para amar e tudo mais eram cantigas” mostra esse espírito despreocupado, reforçado pela referência ao filme “A Canção de Lisboa” e ao personagem Vasquinho, que representa o estudante lisboeta irreverente e sedutor.

A letra traz expressões e imagens típicas da boemia estudantil, como “Sempre a tenir, sem um tostão / Batina a abrir, por um rasgão / Botas a rir / Um bengalão e ar descarado”, transmitindo tanto a precariedade quanto o orgulho desse estilo de vida. O humor aparece na menção à “traidora da franja”, uma paixão marcante para o personagem. Ao regravar o clássico, Marco Rodrigues mantém a atmosfera nostálgica e descontraída, mas com arranjos modernos que destacam o lado alegre do fado, tradicionalmente visto como melancólico. O verso “O Fado é toda a minha fé / Encanta, embala, inebria / Dá gosto à gente ouvi-ló até / Na rádio telefonia” reforça o papel central do fado na identidade do personagem. Ao afirmar o orgulho de ser “Doutor e ser Fadista”, a música celebra a juventude, a tradição lisboeta e a força do fado como elemento de união e identidade.