Repreendida

Pressão e autodescoberta na juventude em “Repreendida”

A música “Repreendida”, de Margarida, aborda de forma direta como frases comuns do dia a dia podem se tornar formas de pressão e repressão durante a adolescência. Trechos como “andas distraída, nunca sais do quarto” e “tens de ser alguém” mostram a cobrança constante para que jovens se encaixem em padrões de comportamento e sucesso. A canção reflete as expectativas externas e as inseguranças internas típicas dessa fase, funcionando como um retrato das contradições da adolescência.

A letra reúne frases frequentemente ditas a adolescentes, como “tira boas notas e porta-te bem” e “olha as companhias, tens de ser alguém”, para mostrar o peso das exigências familiares e sociais. Margarida, que escreveu a música aos 17 anos, traz sua experiência pessoal ao expor o impacto dessas cobranças, especialmente no verso “vivo para tudo e todos, todos tenho que agradar, mas no final acabo sempre a perguntar”. Esse trecho destaca o conflito entre o desejo de agradar e a perda de identidade, reforçando a sensação de ser “refém dos meus pensamentos, da ideia de perfeição”. O refrão, ao repetir perguntas como “se não posso estar sozinha? Se sou exagerada?”, revela a internalização dessas críticas e a busca por coragem para se afirmar, mesmo diante do julgamento dos outros. Assim, “Repreendida” não só retrata a repressão sentida na juventude, mas também sugere um movimento de resistência e autodescoberta, mostrando de forma honesta as dores e forças do amadurecimento.