Parque de Diversões (part. João Bosco e Vinicius)

Entre o Amor e a Safadeza: A Dualidade em 'Parque de Diversões' de Mari Fernandez

A música 'Parque de Diversões', interpretada por Mari Fernandez em parceria com João Bosco e Vinicius, aborda a complexidade das relações modernas, onde o desejo e a paixão muitas vezes se sobrepõem ao amor e ao compromisso. A letra começa com uma rejeição clara a qualquer pretensão de amor verdadeiro, destacando que o parceiro não sai da cabeça da protagonista, mas apenas como um objeto de desejo e não como alguém digno de amor.

A metáfora do 'parque de diversões' é central na música, simbolizando o quarto do parceiro como um lugar de prazer e diversão, mas também de efemeridade e superficialidade. A protagonista reconhece que é tratada como uma 'roupa que cai no chão', um objeto descartável, mas ainda assim, ela se entrega ao desejo, ciente de que não está procurando uma solução para o problema que essa relação representa. A dualidade entre o desejo de mandar o parceiro 'para aquele lugar' e a vontade de se entregar ao prazer momentâneo é um tema recorrente na letra.

A música também reflete uma aceitação resignada das consequências emocionais dessa relação. A protagonista admite que, embora saiba que haverá choro no dia seguinte, o importante é o prazer imediato, o 'suor' do momento presente. Essa atitude reflete uma visão hedonista e imediatista, comum em muitas relações contemporâneas, onde o prazer momentâneo é valorizado acima das consequências emocionais a longo prazo. 'Parque de Diversões' é, portanto, uma exploração da dualidade entre o desejo e a razão, entre o prazer e a dor, encapsulando a complexidade das relações humanas modernas.