No dia em que eu vim-me embora
Maria Alcina
No dia em que eu vim me embora minha mãe chorava em ai
Minha irmã chorava em ui e eu nem olhava pra trás
No dia que eu vim-me embora não teve nada de mais
Mala de couro forrada com pano forte brim cáqui
Minha vó já quase morta, minha mãe até a porta
Minha irmã até a rua e até o porto meu pai
O qual não disse palavra durante todo o caminho
E quando eu me vi sozinha, vi que não entendia nada
Nem de pra que eu ia indo nem dos sonhos que eu sonhava
Senti apenas que a mala de couro que eu carregava
Embora estando forrada fedia, cheirava mal
Afora isto ia indo, atravessando, seguindo
Nem chorando nem sorrindo sozinha pra Capital
Nem chorando nem sorrindo sozinha pra Capital
Sozinha pra Capital
Sozinha pra Capital
Sozinha pra Capital.
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