Eu e Água

Relação de renascimento e proteção em “Eu e Água”

A música “Eu e Água”, de Maria Bethânia, utiliza a água como símbolo de transformação, renascimento e proteção. Ao mencionar a “Grande mãe” e o “eterno ventre”, a letra associa a água ao útero materno, sugerindo um retorno ao início da vida e à sensação de acolhimento. A imagem do “quarto cheio d’água / onde nunca me afogo” reforça essa ideia de segurança, remetendo ao ambiente intrauterino, onde a vida é nutrida e protegida.

A canção destaca a presença da água em diferentes formas — cachoeiras, lagos, ondas, gotas, chuva, fontes, neve e mar — para mostrar sua versatilidade e ligação com os ciclos da existência humana. Esse paralelo sugere que, assim como a água, as pessoas passam por mudanças e adaptações ao longo da vida. Trechos como “a água me contou muitos segredos / guardou os meus segredos / refez os meus desenhos / trouxe e levou meus medos” apresentam a água como confidente e agente de cura, capaz de purificar e transformar. No final, a frase “a água lava as mazelas do mundo / e lava a minha alma” resume o papel espiritual e restaurador da água, destacando sua importância como fonte de renovação e superação.